Por Amanda Ellen
Eclesiastes nunca era o meu livro preferido das leituras bíblicas. Além de estar no Antigo testamento que não é muito admirado e até evitado por 90% dos cristãos, sempre foi difícil de entender (na minha antiga opinião) o mal humor do autor. Fui acostumados a ouvir sobre Ec 3 (Tudo tem seu tempo) ou Ec 12 ( Lembra-te do teu criador no dia da tua mocidade e etc…), mas raramente (ou quase nunca) ouvia alguém pregar ou discorrer sobre outras partes do livro.
Confesso que sempre que lia o livro de Eclesiastes um verso bem pequeno sempre roubava minha atenção e eu nunca conseguia entendê-lo em sua plenitude, sendo ele: “ é tudo correr atrás do vento” e pra completar “ é tudo vaidade”. Hoje, eu entendo um pouco mais sobre o que Salomão quis dizer pelo menos na maioria dos seus discursos, talvez não em sua plenitude, mas foi algo que encontrei consolo.
O que Salomão dizia é que buscar prazer nas coisas terrenas como fim em si próprias é como correr atras do vento. Alguém já conseguiu correr atras do vento? É impossível. É como se Salomão estivesse me dizendo: buscar prazer nas coisas terrenas como um fim em si mesmas é algo vazio, inatingível que ainda produz um senso de futilidade. Impossível de ser alcançado e tocado e ainda traz cansaço e fadiga por que você esta fazendo uma coisa onde nunca vai se satisfazer em sua totalidade. Em contrapartida, Paulo no novo testamento usa outras expressões com o tema correr ou corrida, e algumas delas são: “…pois eu assim corro, não como indeciso…(1º Co 9:26) e avançando para as coisas que estão adiante,prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação ( Fl 3:13b e 14).
O que fica claro pra mim, principalmente nessa nossa geração hedonista onde o que importa é o hoje e aproveitar o que é meu, meu prazer, meus sentimentos e por ai vai, é que o prazer não é algo ruim ( na verdade ele foi criado por Deus é o que o diabo faz é distorcê-lo ) mas busca-lo nas coisas terrenas como um fim em si mesmo é inútil. Paulo não vivia uma vida sem propósito. Ele corria em busca de algo maior e não atras do vento, e nisso ele encontra um sentido pra vida. Aproveitar os presentes que Deus nos deu nessa vida é bom ( como o autor de Eclesiastes aconselha), mas viver a vida em prol deles e deixá-los ser nossa distração ou motivo de satisfação é o grande pecado da nossa geração e contra isso Paulo adverte (1º Co 15:19). Como dizia Agostinho: Fizeste-nos para ti, e inquieta está a nossa alma enquanto não repousares em ti. Meu conselho pra nós é :
Vivamos por alguma coisa maior do que você mesmo!